Henrique de Rezende


As Usinas

este canto da terra verde é para Rosário Fusco, meu amigo.
Desce o rio, lento, pesadão, molengo. Mas, de repente, se despenha no desespero do despenhadeiro. É a cachoeira, a acachoar, zoando e retumbando no seio virgem da floresta virgem. E, além, são as águas, que se refreiam, que se represam, e é a luta esplêndida de mil cavalos imaginários nos canos grossos, nos tubos longos, pelas turbinas adentro, — em turbilhão. E, então, lá no alto, à luz do dia, apoteóticamente, as fábricas gemem, os teares cantam, as serras guincham, — e, à noite, como que num milagre, é a cidadela toda esplendente de alampadários.

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