Ives Gandra da Silva Martins


Olhar do Tempo

Olhar do tempo. Como eu sinto a messe, Safra da terra, sem semente fora! Ceifem a messe, que a safra apodrece, Tempo de sempre, que se faz de agora. Olhar do tempo. Como eu sinto o rio, Estrada líquida, sem outra estrada! Bebam a estrada, que desponta o estio, Tempo de todos, que se faz de cada. Olhar do tempo. Como eu sinto o espaço, Tapete imenso, sem limite ao norte! Durmam o norte, norteando o passo, Tempo de vida que se faz de morte. Olhar do tempo, como eu sinto a cruz! Tempo de sombra, que se faz de luz.


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