José Carlos da Rocha

Marilena
                  
 
Não preciso compor-te, no momento,
Desta tarde estival que me rodeia:
Mesmo me sendo amorfo o pensamento,
Não te sinto distante, nem alheia.

Não preciso compor-te: estás presente
Em todo espaço e tempo e, mais que assim,
É a certeza de ter-te, permanente,
Inserida na tarde, junto a mim!...

Sinto-te o olhar, em torno, prolongado,
Tão pleno de ternura e de carinho,
Nos meus olhos, agora, fixado.

E, assim, tens sido, sempre, em meu caminho:
Nunca a certeza de não ter-te ao lado,
Sempre a certeza de não ‘strar sozinho!

                                                                       

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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  27  de Fevereiro de 1998