Não preciso compor-te, no momento,
 Desta tarde estival que me rodeia:
 Mesmo me sendo amorfo o pensamento,
 Não te sinto distante, nem alheia.
Não preciso compor-te: estás presente
 Em todo espaço e tempo e, mais que assim,
 É a certeza de ter-te, permanente,
 Inserida na tarde, junto a mim!...
 Sinto-te o olhar, em torno, prolongado,
 Tão pleno de ternura e de carinho,
 Nos meus olhos, agora, fixado.
 E, assim, tens sido, sempre, em meu caminho:
 Nunca a certeza de não ter-te ao lado,
 Sempre a certeza de não ‘strar sozinho!  |