José Carlos da Rocha

O Teu Olhar
                  
 
Se existe, neste mundo, outra donzela
Que lhe compare em graça e formosura
E não tem, certamente, esta ternura
Que o seu olhar sublime nos revela.

Pois que tanto divina quão singela,
Esta princesa imensamente pura
Guarda no meigo olhar tanta doçura
Que ganho em me calar a descrevê-la.

E este olhar divinal que já não cabe
Nada mais revelar do que lhe assiste,
Só eu sei quanto o quero, só Deus sabe.

Mas, alcançá-lo, para mim,  consiste
Em desejar que o próprio céu se acabe
E tudo seja meu – que nele existe!...

                                                                       

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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  27  de Fevereiro de 1998