Se existe, neste mundo, outra donzela
 Que lhe compare em graça e formosura
 E não tem, certamente, esta ternura
 Que o seu olhar sublime nos revela.
Pois que tanto divina quão singela,
 Esta princesa imensamente pura
 Guarda no meigo olhar tanta doçura
 Que ganho em me calar a descrevê-la.
 E este olhar divinal que já não cabe
 Nada mais revelar do que lhe assiste,
 Só eu sei quanto o quero, só Deus sabe.
 Mas, alcançá-lo, para mim,  consiste
 Em desejar que o próprio céu se acabe
 E tudo seja meu – que nele existe!...  |