José Agostinho de Macedo


A Cidade Bela

Quanto é bela Ulisseia! E quanto é grata Dos sete montes seus ao longe a vista! Das altas torres, pórticos soberbos Quanto é grande, magnífico o prospecto! Humilde e bonançoso o flavo Tejo, Sobre areias auríferas correndo, As praias lhe enriquece, as plantas beija. Quão denso bosque de cavalos pinhos Sobre a espádua sustenta! Do Oriente Rubins acesos, fugidas safiras, E da opulenta América os tesouros, Cortando os mares líquidos, trouxeram. Nela é mais puro o ar; e o Céu se esmalta De mais sereno azul. O Sol brilhante, Correndo o vasto Céu, se apraz de vê-la. E quase se suspende, e, meigo, envia Sobre ela o raio extremo, quando acaba A lúcida carreira, a frente de ouro No seio esconde das cerúleas ondas. (in Antologia de Poetas Alentejanos)


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