Clique aqui para conhecer o maior site de Poesias da Internet !!! Responsável: 
Soares Feitosa 
Endereço  
Email
 
.Novidades da semana 
 
Página atualizada em 07.09.1999
 
 
Jansen Filho

Remetido por
Estanislau Fragoso Batista


JANSEN FILHO 
Nasceu em Monteiro. Como todo sertanejo sonhador, viveu pelo sul. Mas sua poesia ganhou vulto no Estado da Paraíba.  

MADRUGADA EM MEU JARDIM 

Um divino clarão vem do nascente
E sobre o meu jardim calmo resvala!
Na graça deste quadro reluzente,
A aragem fria os meus rosais embala! 

Tudo desperta misteriosamente!
E a luz cresce e se expande em doce escala,
Avivando o Iençol resplandescente
Da brancura dos lírios cor de opala! 

E o sol, doirando as franjas do horizonte,
Celebra a missa do romper da aurora
Na doce Eucaristia do levante! 

Da passarada escuta-se o clarim !
E a madrugada estende-se sonora,
Na aleluia de luz do meu jardim ! 

.
 

          
MANHÃ NO MEU JARDIM 

Ha festas nas campo, ânsias que crescem 
Sob a cortina verde da ramagem,
Enquanto as samambaias estremecem
Aos beijos brandos da sublime aragem! 

Uns retalhos de sol sobre a folhagem
Tremeluzindo, das alturas, descem
E no fundo azulado da paisagem,
De várias cores, um tapete tecem . . . 

Ha mensagens de olências nos canteiros !
Chovem pétalas brancas, perfumadas,
Da fronde angelical dos jasmineiros . . . 

E a manhã, como uma águia de marfim ,
Desce dos chapadões das madrugadas
E abre as asas de luz no meu jardim!

 

 
DEPOIS DO VENDAVAL 

Obumbra-se a manhã ! O céu fechado
Desenrola-se em forma de sudário!
O meu pobre jardim desmoronado,
Quase se transformou num triste herbário! 

Há em cada amaranto desbotado,
Uma desolação de campanário !
Como se houvesse por ali passado
O espetro de um tufão incendiário! 

Num segundo o jardim se recompõe!
O sol desponta e sobre as plantas põe
Miríades de cores luminosas ! 

A primavera se renova enfim!
Como se Deus descesse em meu jardim,
Benzendo as flores e crismando as rosas! . . . 

 

 
 
AS FLORES ESTÃO CHORANDO 

Os lilases murcharam . . . As roseiras,
Ao castigo do outono, estão despidas . . .
Hão de viver assim horas inteiras,
Mergulhadas nas sombras esquecidas . . . 

Outrora foram elas mensageiras
Das alegres paisagens coloridas . . .
Hoje ostentam nas hastes agoureiras.
A tristeza das rosas fenecidas . . . 

Desce a noite orvalhada sobre os mirtos,
A secura das plantas abrandando
Na frouxidão letal dos cravos hirtos! 

Enquanto o orvalho se transforma em bolhas
Que pelos ramos murchos vão rolando
Como se fossem lágrimas das folhas! . . . 

 

 


Página inicial do Jornal de Poesia