João Álvares Soares


Soneto

Com troféu sempre augusto, e relevante Se vence a si quem nunca foi vencido; Que a vencer a Alexandre é bem sabido Só Alexandre pode ser bastante De todos vencedor sempre triunfante, Para alcançar renome mais subido, Deixa-se a si de si mesmo rendido Vencendo a quem venceu sempre arrogante. Modesto, continente, e recatado Se absteve de Cupido ao tenro pranto E sem ver deixa ao Cego desarmado: Assim vence com digno e novo espanto, A Marte, quando encara o rosto irado, A Vênus, quando evita o doce encanto.


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