Não me basta colher palavras
pelo verão iluminadas
pois dentro do meu peito lavras
uma canção iniciada
água do amor que me acalenta
e do teu sonho se sustenta
Que mão de amor em nós sustenta
essa ventura iluminada?
Tua presença me acalenta
nesta canção iniciada
Canto teu corpo com palavras
se teu corpo ao meu corpo lavra
Sei da canção iniciada
e dos rosais da tua lavra
por isso trago iluminada
a safra acesa das palavras
mas sei que só o amor sustenta
esse trigal que me acalenta
Não morrerei da tua lavra
nem da paixão que me acalenta
além estás destas palavras
da luz e fogo que as sustenta
morrerei sim da iluminada
canção por ti iniciada
Não basta o amor que me acalenta
nem alicerces de palavras
desejo a vida que sustenta
a vida acesa que nos lavra
o instante em que iniciada
a canção foi iluminada
Toda canção iluminada
da vida apenas se sustenta
e antes de ser iniciada
foi a paixão que a acalenta
com essa safra de palavras
que na areia do meu peito lavras.
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