José Blanc de Portugal


Oração Final

Poesia! Sem esperar voltei meu canto que é teu As coisas de meu Pai que são as pobres criaturas Caminhando a par de mim pelas ruas da amargura Disfarçando mais do que eu a certeza que as leis tuas Nada têm que ver com a minha piedade de evitarem Cada maior dor seguindo à menos dura. Deus Pai pudesse eu como Vosso Filho Como irmão de Cristo, imolar-se só sem perder alguém — Sem ter que fechar ouvidos ao Espírito Vosso Cada instante inundando-me de luz! — Sem vós tudo é impossível. Sem mim tudo seria igual, Mas fazei que meus iguais Não sejam como eu tão miseráveis: Crendo em Vós, sabendo-vos as provas, mostro-me pior que os que vos esquecem! A vossa Lei, a vossa marca não se apagou de cada poro da minha pele Dai-me a força de ajudar a todos com um sopro do teu Ser que bastará P'ra todos e p'ra mim. Fico na angústia da vossa perdida Graça. Perdoai-me! Perdoai como eu devo perdoar!! Fazei que eu perdoe! Fazei-nos os Santos que Vos devemos!


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