o que me espanta
é esse amargor incrustado no peito
na esteira da agonia-limite
o que me espanta
é esse gozo travado
esse sabor de chumbo
ao fim de cada beijo
e esse susto de sempre
o que me espanta
é a flor e a dor fluindo
(assombro mistério!)
a cada passo
calando em mim
a palavra mais simples
o que me espanta
é o funeral
que desfila sutil
paralisando o gesto
embaçando a retina. |