José Fernandes Fafe


Testamento, entre os pinheiros e o mar

Se eu morrer primeiro do que tu, salva a ternura que salvei. Depois, se te doer, firma o olhar nas ondas mais longínquas do mar largo, destrói a dor nas lágrimas, e o vento que te esvoace a saia e o cabelo, pinheiro firme, cego dos sentidos, entre as flores silvestres e a espuma... E o indício de tudo ter passado (eu, um tempo feliz que se recorda) é sentires o longo, íntimo afago do marulho do mar, mão pelos cabelos...


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *