José Florentino Duarte
Insolência
Vejam o que fizeram:
- os insolentes e ignorantes
pisotearam as rosas que plantei
às margens do meu caminho pedregoso...
E mais:
crestaram-nas ao sol das perseguições
para que não mais florescessem.
Como explicações - o silêncio
- grito forte em ondas de eco -
Fiquei cego. Surdo. Mudo.
E os minutos pareceram séculos.
Num esforço titânico,
perdoei os que não sabem o que fazem,
- e renasci -
sabendo que eles nunca faltarão.
- Não plantarei, nunca mais,
flores às margens dos meus caminhos.
Multiplicá-las-ei,
infinitamente,
aqui, dentro de mim.