esta voz que vive e se esboroa
contra nítidos vitrais de cor grená,
esta voz que vive e já retine
como um selo e sinal de paraíso,
esta voz puro céu não se confunde
com escrita, traça ou cupim,
descolore em líquidos azuis
toneladas ou resmas de papel,
mares, lares e túneis de só ir,
esta voz que jamais se abateu
por grafias por si próprias se constroem,
esta voz se eleva e atinge as grimpas
de prazer gritante ou sussurrado,
esta voz sem pudor que predomina
por telhados, ogivas e umbrais,
esta voz que destrói qualquer cilada,
impedimentos, álibis, ardis,
esta voz que se dá a conhecer,
aqui, agora ou mesmo acolá,
esta voz quer falar o não-ditado,
esta voz, esta planta, esta criança,
...que fazer com o que acaba de nascer? |