Judas Isgorogota


Cantiga de Cangaceiro

Cantador, saí menino, cantando pelo sertão; quando quiseram pisar-me, pisei as pedras de chão... Desde aí ganhei o mundo... De noite, a minha viola, de dia, o rifle na mão... Onde estou, deitam comigo na rede de estimação, meu punhal e o tira-teima, os dois no alcance da mão. Para não perder o jeito, a cartucheira cruzada por cima do coração... Cangaceiro, é no cangaço que o meu destino me quer. Comigo tenho de tudo, para o que der e vier: — carne-de-sol, rapadura, meu beiju de mandioca, fumo, cachaça e mulher... O valente que me afronte deve rezar com fervor, e escolher reza pequena, que eu não sou bom rezador. Se me ouvir, não perde tempo: eu tenho o corpo fechado, morrer só morro de amor...


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