João Maimona

Juscelino Vieira Mendes - jvmendes@dglnet.com.br

As Muralhas da Noite

A mão ia para as costas da madrugada. As mulheres estendiam as janelas da alegria nos ouvidos onde não se apagavam as alegrias. Entre os dentes do mar acendiam-se braços. Os dias namoravam sob a barca do espelho. Havia uma chuva de barcos enquanto o dia tossia. E da chuva de barcos chegavam colchões, camas, cadeiras, manadas de estradas perdidas onde cantavam soldados de capacetes por pintar no coração da meia-noite. Eram os barcos que guardavam as muralhas da noite que a mão ouvia nas costas da madrugada entre os dentes do mar.

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