Falo comigo, falo. Mas só me escuto quando, em silêncio pensando, me calo. O que diz minha boca? Mentira vã, sonora? Tudo o que digo agora, sufoca. Ânsia íntima, larga, de seguir só e mudo. Tudo o que conto, tudo amarga. Minha voz de ontem brota de um legendário hoje. Subitamente foge, ignota. Quem serei? Desconheço. Se chegar a sabê-lo, a ninguém o revelo: esqueço.