João Manuel Simões


O Primeiro Dia da Criação

Cicatriz na epiderme macia do silêncio, ei-la que surge, nítida, iluminada e frágil, na geometria exata do tempo feito espaço, com gládio nas trevas, como insígnia de fogo. Haste de flor de som sem memória plausível, gesto puro de flâmula, alarme sobre claustros ou mero grito agreste violando a morte obscena, ei-la que desabrocha. No Princípio era o caos, (Era o cais, eram cães, eram Cains?) E a palavra boiava, ambígua, sobre as águas.


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