Quando escrevo não sei se minto
Sei lá o que sinto, nem sei se é dor;
A dor que me atende, deveras acende
Meu pleno vigor.
O vigor que me sacode, me acode.
Talvez seja uma flor!
A flor que me teme, não fala, não geme
Nem reza ao Senhor.
Quando escrevo não sei se finjo;
Mas nunca me exijo sonhar nem compor.
Talvez seja o consumo do álcool, do fumo,
Na mostra da arte, da qual não faz parte
Este mundo em pavor. Parece resumo!
Se finjo que sinto a dor do temor da flor,
Não é dor, e sim fluência no odor...
Acudam-me! As poesias desnudam-me... |