João Naval

Tributo ao Compositor
                                
                                                                     a Paulo César Pinheiro
                       
 
Senhor Compositor!

A música que o ama,
E que lhe permite fazê-la,
É a música que o povo clama
E jamais se deixa perdê-la.

A música que lhe chega sem jeito,
Quase sem deixa-lo perceber,
É a mesma que o povo tem no leito
E tudo faz para merecer.

A música que entra em seu peito,
Que põe em vida a sua alma,
É a mesma que nos põe estreitos,
Com grande amor e sonoras palmas.

Se seus olhos danam a brilhar,
O povo os sente em seu lar.
Se seus dedos correm um papel,
O povo os agradece ao céu.
É até lá que sua música vai
E é de lá que ela nunca sai.

Depois de algum tempo perdido,
Volta a sua recuperação.
É claro, tudo teve sentido,
É que surgiu uma nova canção.
O efeito da arte surgiu
E a nova música partiu.

Quanto ao mundo cruel,
Estamos na ponta de um pincel,
O homem é quem pinta o mundo,
E aí depende de um saber profundo.
A cor do seu mundo nos ferve
É que temos o sabor da sua verve.

Não tenha tanto medo!
Nunca lhe faltará enredo,
A música já está de volta
Na verdade ela nunca lhe solta.
A música apenas se estende,
É assim que agente a entende

Nobre compositor!
Aceite-nos em seu louvor.
Não queira saber a sua medida,
Tal atitude seria atrevida.
E quando chegar a sua morte,
Fique tranqüilo!
O céu espera-nos com sorte.
É no céu que nos veremos de novo.
Atenciosamente. Seu Povo...

 
 

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  14  de  Agosto  de  1998