José Eustáquio da Silva

Voz

essa voz sai de mim como língua de fogo voraz dragão sem espadas e jorges essa voz sai de mim como sangue insensato vampiro de presas cortadas essa voz sai de mim como revoada de pombos imensa liberdade presa em mim essa voz sai de mim como despedida ferida aberta de alguém que se vai essa voz sai de mim como um frio punhal que nos corta fundo e nos faz gritar arrebenta garganta louca farta-me de emoções neste palco dia-a-dia faço da música meu pincel e dessa voz minha poesia


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *