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Página atualizada em 07.09.1999
 
 
José Praxedes

Remetido por
Estanislau Fragoso Batista


ZE PRAXEDE (José Praxedes) 
Nasceu em Natal e morreu no Rio de Janeiro. Era chamado o POETA VAQUEIRO, recitando poesias nas rádios do Nordeste, nos circos, nos teatros, na Festa da Mocidade, na Feira de São Cristóvão. 
     
   
      CARRO DE BOI 

      Carro de boi, priguiçoso . . .
      puxado pur Pintadin
      e seu pareia: o Mimoso! 
      Tenho viva a tua musga
      na minha arrescordação .
      As risca qui tu dexasse
      pelas istrada isquisita
      a istória qui tem iscrita
      dos teus tempo no Sertão. 
      - Macha pra lá. . Mimoso! . .
      Puxa o carro! Pintadin... -
      U'a subida, u'a baxada,
      as duas roda infincada
      nas areia dos camin . 
      E quato legua pur dia .
      Se tira mais, cansa o boi!
      Essa macha demorada
      papai cortô, já, não quis.
      Meu avô foi tão filiz. . .
      meu pobe pai já nao foi,
      Vovó, tão santa, tão boa, 
      mandava tirá a canga
      pra Pintadin discansá.
      Meu avô tao carinhoso. . .
      dava capim ao Mimoso,
      era outo boi no oiá! 
      Patrão, patroa e carrero,
      na sombra do ingazero . 
      Agua de chuva im marimba,
      banho de cuia im caçimba
      no rio do Putengi.
      Rapadura, carne-seca,
      comprada no Cariri . 
      Chego o tempo muderno:
      o artomove, o avião.
      O trem, essa besta-fera,
      tarvez pra fazê fiasco,
      toca fogo no panasco
      das terra do meu Sertão 
      - oi... oi... - 
      O carro de boi parô
      Pintadin saiu pastando
      cum seu pareia: o Mimoso!
      Minha avó e meu avô
      im seu eterno reposo . 
      E lá na fazenda veia,
      duas cavera branca
      tã infeitando o camin:
      de um lado morreu Mimoso!
      Do outo lado: Pintadin!

 

 

        


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