Eu não sei como sou. Em mim se agitam
Duas almas diferentes, dois pensares
Um procura chegar até os altares
Ou à lama, onde as vis paixões habitam
E nesse antagonismo é que me incitam
Num pelejar de risos e de esgares
A querer o negror dos lupanares
E a sonhar com as estrelas que me fitam
Qual prometeu, cingido ao meu rochedo
A vida passarei nesse degredo
Demônio e santo, até quando morrer
Então, ai por certo saberei
se as estrelas, feliz, ascenderei
Ou se ao inferno ardente hei de descer. |