José Terra


Insegurança

Tenho medo de ti, ó meu irmão, Dessas palavras mansas tenho medo, Se até as pedras ouvem o segredo Guardado nos confins do coração ... Tenho receio, amor, dessa canção Que tu me cantas, desse teu enredo Será teu corpo a nau para o degredo. Teus braços nus a grade da prisão? Minha mãe! minha mãe! não te confio O meu destino e é vão esse teu pranto! Não trairás acaso o filho amado? Não me conheço nessa voz que rio, Espreitam-me os assassinos, e, no entanto, É um criminoso o que ficar calado!


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