Luís Alberto Batista Peres

Sonhos
       
 
Lembra mano aquele sonho 
De tentar mudar o país? 
De buscar um espaço no mundo 
E talvez ser um pouco mais feliz? 

A esperança da casa na praia 
E a família um pouco mais unida 
A procura da paz e da leveza 
E tentar perder o medo da vida 

E criar raízes e ter fé e solidez 
E abrir ramos e abraçar amigos 
E gerar sementes e futuro 
E do medo fazer brotar os filhos 

Lembra mano do preconceito 
Do clube que não queria negros 
De pessoas que não abraçavam pobres 
A mesma dor quando se pisa em pregos... 

Do sonho de ter uma piscina 
Aquele dia que choramos vagando 
Pela cidade cheia de murmúrios 
Poque queríamos uma ceia de Natal 

Aqueles sonhos perdidos de outrora 
Se perderam nos recantos adormecidos 
De nossa memória e nos esquecemos 
Mas muitas crianças os tem coloridos 

Onde andas mano com os seus sonhos 
Apareça um dia com suas estórias 
Na imensidão em que caminhas agora 
Sei que estás coberto de paz e glórias 

Apareça mano apenas pra um abraço 
Matar aquela saudade que queima e arde 
Nem que seja num sonho ou no vento 
Ou no dourado divino que incendeia a tarde...

 

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  21  de  Agosto  de  1998