Lembra mano aquele sonho
De tentar mudar o país?
De buscar um espaço no mundo
E talvez ser um pouco mais feliz?
A esperança da casa na praia
E a família um pouco mais unida
A procura da paz e da leveza
E tentar perder o medo da vida
E criar raízes e ter fé e solidez
E abrir ramos e abraçar amigos
E gerar sementes e futuro
E do medo fazer brotar os filhos
Lembra mano do preconceito
Do clube que não queria negros
De pessoas que não abraçavam pobres
A mesma dor quando se pisa em pregos...
Do sonho de ter uma piscina
Aquele dia que choramos vagando
Pela cidade cheia de murmúrios
Poque queríamos uma ceia de Natal
Aqueles sonhos perdidos de outrora
Se perderam nos recantos adormecidos
De nossa memória e nos esquecemos
Mas muitas crianças os tem coloridos
Onde andas mano com os seus sonhos
Apareça um dia com suas estórias
Na imensidão em que caminhas agora
Sei que estás coberto de paz e glórias
Apareça mano apenas pra um abraço
Matar aquela saudade que queima e arde
Nem que seja num sonho ou no vento
Ou no dourado divino que incendeia a tarde... |