Lago Burnett


A Última Canção da Ilha

Trarei sempre verde gaivotas e sal: a lembrança não perde a ilha inicial Nem descuido as brisas o mar de imundícies (minhas pesquisas bóiam às superfícies) A obsessão do cerco por ínvias águas é o em que me perco entre — agora — mágoas Autêntico Atlântico aleou-me todo quanto de romântico mergulhou-me em lodo Oh! velas belas ao ritmo transeunte vosso, belas velas que eu me unte Trago-me à retina de mastros e quilhas cheia a sina de todas as ilhas Código pressago de pássaro marítimo na alma trago canto e ritmo Que é quanto me sobre por ter-me feliz ao sol que encobre minha São Luís Onde era só com hábil engenho quanto virou pó tudo que não tenho Idéias descalças desfiando saias longas como valsas pelas praias A primeira estância ao céu abstrato coisas como infância ritmando com mato Outros poucos casos como águas insípidas Nos olhos rasos saudades liquidas

(Os Elementos do Mito / l953)

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