Estava ali
sobre o muro
do pátio ao sol.
Para esterilizar
e secar
depois de eu ter rapada
a cara.
Blairreau,
objeto de luxo,
pêlos de texugo
(o guaxinim nordestino
que pesca caranguejo
enfiando o rabo nos buracos do mangue,
e fica ganindo baixinho, esperando
o ataque das pinças
para puxá-lo,
lavá-lo e
comê-lo.)
E veio aquela
violenta ventania
o transforma num cometa:
peluda cauda esparramada,
o cabo de lucite faiscante,
— semente de dente-de-leão
ao vento abrindo o pára-quedas natural —
vai cair do vizinho
no quintal.
Então
vem-me a tentação
de deixá-lo por ali
sobre o monturo
qual numa semente cristalina uma
flor. |