Luiz Bacellar

Soneto da Caixa de Fósforos
 
 
Minha cápsula de incêndios,
meu cofre de labaredas!
Meu pelotão de alva farda
e altas barretinas pretas:

se só num níquel quem vende-os
lhes aquilata o valor,
teus granadeiros da guarda
não se inflamam de pudor!

Fiat Lux do meu verso,
símbolo vivo do amor:
qualquer fricção te incendeia,

te arranca estrelas de dor,
minha gaveta de chamas
com sementes de calor.

                              
                               
                           
(poema extraído do livro "Frauta de Barro", 1963)
                                                                     
Remetente: Aníbal Beça

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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  01  de  Junho  de  1998