Enquanto meus pés abrem ruas
eu bebo o rio de águas frias
que banham o rosto da lua.
E nas festas de agosto
olho-me no espelho de mármore
dos sorrisos das Marias.
As palmeiras das praças são bengalas
que sustentam meus cem anos
estampados em calendários de mulheres nuas.
No verão lavo meus sonhos na represa
no inverno espirro folhas de eucaliptos
e visto-me com a torre da igreja.
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