Luiza Albuquerque




Sonhos de Varanda

Mulher, que abre a janela Na ânsia mais bela de se mostrar Vai na roda da vida Se faça querida, sem nada inventar. Mulher, porque não me ouviste Tão leve dormiste, na sábia ilusão Vamos recortar as bandeiras Das matas mineiras deste meu chão. Mal sabes que a dor é perfeita Cantiga primeira que ecoa no ar E a alegria resiste, num canto que insiste Brincando com a menina do olhar. No teu peito guarda a partida Da lua perdida no céu adorado Na clareza da rebeldia Nas portas do dia do ser mais amado. Mulher, que se queima na brasa Loucura sagrada que chamo emoção Menina que eu vi nascer E, aos olhos, crescer com meu coração. Mulher, de momentos errantes Das faces brilhantes que o sol irradia No teu reino imerso em sonhos Olhares risonhos de pura magia. Mal sabes que trago no peito Um poço perfeito para satisfazer O teu desejo mais antigo Ousado e amigo de ingênuo querer. O mais que te tenho é pouco Diante daquilo que pretendo ser Sou eu mesma quem me revelo Na imagem que quero um dia aparecer. Infinitamente mulher É o que tu és Feminina, quase menina, Menina, quase mulher.


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