Trouxeram-me
a prisioneira ao interrogatório.
Recusei-me às perguntas
porque as respostas
estavam ao passado. Sequer
o futuro
se lhe indagou; que também
recusou
perguntar, quando os carrascos
lhe disseram:
— Pergunte o que quiser.
Ela apenas balbuciou:
— Eu sei.
Mentíamo-nos,
porque jamais nos víramos.
Decretei a prisão
imediata de todos os carrascos.
Mantive a prisioneira sob
algemas,
que ninguém é
louco de manter
tesoiro tão rico
ao léu;
mas, prudência maior,
soltei-lhe os braços
e mudei
as algemas aos meus próprios
pulsos.
Ela —
os gestos diziam que me
seriam
sob afagos.
Deixei:
apenas que os olhos, os
cabelos úmidos:
— Os meus? Os dela?
Era o chamamento.
Fortaleza, noite, 11.12.1999
Página inicial de Soares Feitosa
Página inicial do Jornal de Poesia
Mensagem ao autor: e@mail
|
|
Man
brachte mir die Gefangene zum Verhör.
Ich verweigerte mich den
Fragen, denn die Antworten
richteten sich an die Vergangenheit.
Auch nach der Zukunft
fragte man sie nicht; die
sich ebenfalls weigerte
zu fragen, als die Henker
ihr sagten:
— Frag, was du willst.
Sie stammelte nur:
— Ich weiß.
Wir belogen uns,
denn wir hatten uns nie
gesehen.
Ich befahl die umgehende
Inhaftierung aller Henker.
Ich liess die Gefangene
in Handschellen,
denn niemand ist so verrückt,
und lässt
einen so wertvollen Schatz
frei ziehen;
doch, mit noch größerer
Umsicht,
befreite ich ihre Arme und
legte
die Handschellen um meine
eigenen Handgelenke.
Sie —
die Gesten sagten mir, dass
sie
Zärtlichkeiten für
mich sein würden.
Ich liess zu:
dass nur die Augen, die
nassen Haare:
— Meine? Ihre?
Das war der Ruf.
Fortaleza, nachts, 11.12.1999
Marcel Vejmelka
<marcel.vejmelka@student.hu-berlin.de>
http://amor.rz.hu-berlin.de/~h0444hka/
|