Marcelo Almeida de Oliveira
Dom quixote I
Se demônios te atormentam,
em casa ou na rua,
quando sol ou quando lua,
olhe para qualquer lado e me veja,
espelho de carne;
escute os murmuros que o vento carrega e me ouça,
eco distante;
certeza que desta vez não é sua cabeça
que doente te prega peças;
esqueça a paranóia e perceba
que louco, você me é,
louco, você sou eu,
louco, você e eu.
Penso naquilo que você pensa, mas não fala;
temo aquilo que você teme, mas não demonstra;
sei das flores na sua cabeça, mas você não as mostra;
sei que sua vontade é gritar, então apenas o faça,
como tiro de fuzil,
alívio como nunca sentiu,
na língua, baioneta,
como lança, uma caneta;
espantando os demônios...
guerreiro, você sou eu,
guerreiro, você e eu.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *