Marcelo Almeida de Oliveira


Sementemente

Do concreto armado rachado nasceu a semente doente, raízes sedentas cavaram o asfalto, do esgoto fedido se fez nutriente. E por milagre talvez, vingou a semente; galhos tortos, mas fortes; folhas disformes, mas verdes; um pouco estranha, sem dúvida; um tanto linda, sendo vida. Do seu galho mais alto se abriu uma flor, do lisérgico entardecer roubou sua cor, farol fosforescente a noite ilumina, esperando o beija-flor de alumínio; cibernético (o beijo).


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