Marcelo Almeida de Oliveira


A história se repete

Não se sabe quando, nem como. É inútil olhar para trás. É prudente olhar para o chão. É emocionante olhar para frente e tentar vislumbrar as coisas que aparecem magicamente difusas dentro da densa névoa. Quando finalmente se cristalizam, rapidamente são deixadas para trás. Que gracinha ... Ainda nem se preocupou em olhar um pouco mais acima da bruma espessa e perceber a cerca alta. Não adianta, é impossível derrubá-la. É preciso transpô-la. Crescer é preciso. O vermelho não é vermelho, nem é azul. Um grito não é grito. Uma pedra não é uma pedra, nem é dura. O fogo não é fogo, tampouco queima . Tókio está tão perto de São Paulo quanto o meu fura-bolo está do cata-piolho. Tempo não existe. Países não existem. A ciência da borboleta reina. Talvez 2 seja diferente de 2. Talvez o novo átomo seja igual ao antigo, que é igual ao mais velho, que é igual ao sol , que é igual ao sistema, que é igual à galáxia, que é igual ao universo, que talvez seja o átomo. Talvez o talvez realmente seja. Com o peso, o berço se quebra. Não tão grandes agora, as cercas desmoronam. Felicidade natural. Encontramos Deus. ELE é NÓS.


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