Martônio de Vasconcelos


Ocarina: O Som do Barro

A Virgílio Maia, poeta singular, amigo plural
Doce barro das terras nordestinas, Ressoando este som que não se apaga, na leveza da argila e das resinas, Som da noite e de festa, som que afaga. É o acorde da noite que termina Com os dedos tocando agalopado; É o som da araponga, é um trinado, É a doçura da voz de uma menina. Este barro que canta e que extasia E que é clave de sol, é nostalgia, É prisão de um pássaro canoro. Ocarina: dos ventos, dos anuns: Se te ouvi uma tarde em Garanhuns, Sei dos grãos do teu lírico sonoro!

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