Mário Beirão


«Moda» Alentejana

A ribeira do Xacafre Vai rasa dos meus cuidados: No escuro das águas tristes, Há laivos ensanguentados… Ó meus olhos, ó meus olhos, — Noite e dia — que estais vendo? A ribeira do Xacafre, Da minha alma discorrendo! Na ribeira do Xacafre, uma voz suspira fundo: A voz da minha saudade, A despedir-se do Mundo! Aldeia de Montes Velhos Não posso querer-te mais: És a luz do sol-nascente, Abrindo, em flor, nos meus ais! Aldeia de Montes Velhos, És sempre luz de alvorada, És sempre rosa do altar Da chama duma «queimada»! Eu hei-de florir na urze, Arder no vento «suão», Lá, na Charneca das Naves, Mar alto da Solidão! —


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