Manuel Botelho de Oliveira


Ponderação do Rosto e Olhos de Anarda

Quando vejo de Anarda o rosto amado, vejo ao céu e ao jardim ser parecido porque no assombro do primor luzido tem o sol em seus olhos duplicado. Nas faces considero equivocado de açucenas e rosas o vestido; porque se vê nas faces reduzido todo o império de Flora venerado. Nos olhos e nas faces mais galharda ao céu prefere quando inflama os raios, e prefere ao jardim, se as flores guarda: enfim dando ao jardim e ao céu desmaios, o céu ostenta um sol, dois sóis Anarda, um maio o jardim logra; ela dois maios.


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