Eis-me perto do mar, que se estorce na areia,
A gemer, a gemer, numa praia deserta.
Tão longe uma jangada indolente balanceia
Desafiando o mar com a sua vela aberta.
E ao escutar do mar, o coração que anseia,
Meu coração que dorme entre salmos desperta,
Para ver que no mar o pescador passeia
Indiferente e audaz, na jangada liberta.
A lua ressurgindo, alva pura e divina,
Da profundeza azul do firmamento arqueado
Para o nau a correr, benfazeja se inclina
Grave e sereno o mar, como num sonho alado
Ergue-se para ver a lua peregrina
Calmamente a boiar pelo céu estrelado. |