Maria de Lourdes Cid

Horas do Coração
 
 
As folhas das palmeiras agita o vento a medo, 
Com carícia suprema, num ciciar de prece. 
E quando a tarde vem baixando e a sombra desce, 
Eu ouço desse idílio, o divinal segredo. 

Muito de leve a  beijar as folhas do arvoredo, 
Onde à beira da estrada o rosmaninho cresce. 
O vento a cochichar, como se ao beijar lhes desse, 
A beber o perfume, de um ideal segredo. 

E sempre a evocar, eu ouço enternecida, 
Sua voz tão suave a cantar alegria, 
Em cada folha verde dos craveiros dispersos. 

A tarde vai morrendo lenta e entristecida 
E ao vir a noite, a lua nebulosa e fria, 
Vai derramando luz na alma dos meus versos.

 
 
                                                                            
Remetente: Walter Cid

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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  08  de  Junho  de  1998