Maria de Lourdes Cid

A  Rosa
 
 
Há na corolada rosa
Não sei que mistério vago,
Pois ela sempre orgulhosa
Despreza qualquer afago.

Se o beija-flor inquieto
Vem beijá-la docemente,
Deixar-lhe o seu doce afeto,
Ela altiva, não consente.

Toda cercada de espinhos
Repele-o tão rudemente,
Que ligeiro, o passarinho
Retira-se descontente.

Se a borboleta esvoaça
Sobre as pétalas rosadas,
Ela soberba a ameaça
Fere-lhe as asas douradas.

É a imagem perfeita
Do coração da mulher,
Que todo mundo respeita,
Adora, venera e quer.

                   
            
                                                                                          10 de Janeiro de 1933.
                                                                            
Remetente: Walter Cid

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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  08  de  Junho  de  1998