Há na corolada rosa
Não sei que mistério vago,
Pois ela sempre orgulhosa
Despreza qualquer afago.
Se o beija-flor inquieto
Vem beijá-la docemente,
Deixar-lhe o seu doce afeto,
Ela altiva, não consente.
Toda cercada de espinhos
Repele-o tão rudemente,
Que ligeiro, o passarinho
Retira-se descontente.
Se a borboleta esvoaça
Sobre as pétalas rosadas,
Ela soberba a ameaça
Fere-lhe as asas douradas.
É a imagem perfeita
Do coração da mulher,
Que todo mundo respeita,
Adora, venera e quer. |