Se eu me transformasse em rosa purpurina
E tu viesses colher-me com olhar meigo
Eu te respondia: Oh ! mão ferina,
Não venhas perturbar o meu sossego.
Quando à tarde porém tu insistisses
Ao som longínquo das "Ave-Marias"
Eu te diria — Se tu ingrata, visses
Como amo a vida, não me roubarias.
Mas, ainda assim, me colhes com amor.
Pobre meu caule, por que o quebraste?
E eu que triste fiquei, ao teu calor
Irei murchando, porque me beijaste.
Depois, com olhar magoado me fitando
O teu sorriso se contrai por fim.
Na minha vida frágil, meditando
Arrependida chorarás por mim. |