Que fazes doce bem-te-vi que à tarde
Vens de mansinho cantar à minha porta?
Quando o sol morre, quando a tarde é morta
E nos casebres a candeia arde?
Que fazes que não vais para o teu ninho
Juntar-te à pobre companheira errante?
Por que deixas teu ninho tão distante
E vens para o meu lar, ó passarinho?
Bem-te-vi, coração triste, sombrio
Que andas a vagar de flor em flor
Oh ! volta doce bem-te-vi cantar
Quando se for o inverno e vier o estio. |