Maria de Lourdes Cid

Ariette
    
 
Quando entre os astros no firmamento
Brilha uma estrela como uma esperança
Eu tenho n’alma o pressentimento
Que é o sorriso de uma criança.

Doce e tão terno como uma prece
Olhos tão lindos de um anjo louro
Fitando o céu com seus olhinhos meigos
Faz das estrelas pontinhos d’ouro.

Quando a cortina azul descerra
Eu vejo o livro do firmamento.
Leio sorrindo em cada estrela
Palavras belas de um pensamento.

Então a lua vai passeando
Nas praias límpidas do etéreo manto
E os anjos todos num gozo infindo
Vão entoando um doce canto.

Criança meiga, linda boneca
Quanta inocência teu  olhar reflete!
Cinge-me os ombros, quero abraçar-te
Vem dar-me um beijo minha Ariette.

E o anjo terno, apontando o céu
Em cada estrela, vê um desejo
Olha as estrelas saudosamente
E vai para o leito pedindo beijos.
06 de abril de 1963.

  
                                                                            
Remetente: Walter Cid

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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  19  de  Agosto  de  1998