Acercou-se de mim, dulcíssima criança!
Negro e sereno o olhar, basto cabelo escuro.
Brilhava-lhe na face, o fulgor da esperança
E na boca entreaberta, um riso franco e puro.
Pousando no meu ombro as trêmulas mãozinhas
Segredou-me ao ouvido em concentrado ardor:
Quisera compreender também as estrelinhas,
Que riem lá do céu, tão cheias de dulçor.
E eu lhe disse: - criança, e tu sabes então
Que lá do azul, alguém nos fala e nos inspira?
Ela me respondeu, com a voz do coração:
— Aquela estrela fala e minh'alma suspira. |