Teus olhos são como os meus,
Castanhos, doces, singelos;
Negror dos meus cabelos
Possuis no negror dos teus.
Teu nome é o meu. Doce aurora,
Se és morena, eu sou morena,
No entanto dizem: que pena!
Se uma canta a outra chora.
Choro no meu desconforto,
Mas, quisera também ser,
Cantar, viver, reflorir,
Sem as agonias do horto.
Não queiras nunca rimar,
As estrelas compreenda.
Não queiras verso escrever,
Senão, terás de chorar.
E é tão lindo o sorriso
Nos lábios de uma criança!
É um sonho de esperança,
Florindo no paraíso.
Fita o céu, o mar, campo,
E dize a todos: “bom dia”.
Mas a voz da poesia
Não queiras nunca escutar!... |