Martins Napoleão

O Destino da Lira

Dói recolher, na concha e na alma, o alheio pranto — orvalho a gotejar de outras raízes... Mas é tão doce a dor de o transformar num canto Que console infelizes!... O destino da Lira é como o das estrelas, Belas e inúteis, aparentemente: Mas a força vital infinita que há nelas Faz brotar a semente. O destino da Lira é o destino das rosas, morrendo mas deixando o aroma que erra, Ou no ar ou no esplendor das mulheres formosas, Como um bem feito à terra.


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