Gerardo Mello Mourão


Pois tengo el ángel, Efrain, e uma noite

Pois tengo el ángel, Efrain, e uma noite arribei a Los Angeles y siempre arriban los poetas a los angeles quando sabem o adeus: adeus Carole addío Mona Lisa farewell to Chelsea adeus addío adiú e Beth e Jéssica e vou levando o aroma de teus musgos — "C'est mon parfum — et ma beauté embriaga a narina dos deuses" e Apolo e os Querubins e Querubina conhecem este cheiro — e um dia ao Macho da Sibila rescendeu no terreiro um cheiro de bocetas em flor Mas Melpômene a outras rosas e outras violetas trescala ao longe: boa noite, Melpômene Mourão — e digo boa noite pela fala do falus falueiro E ela ia abrindo os lábios e a cada sopro de seus lábios uma rosa nascia e onde suas mãos tocavam — uma rosa nascia e outras coisas vi nascerem à mão dos taumaturgos: à de Balboa aqui um mar sangrou sua aguazul à ponta de uma espada cresceu na concha de sua mão marinheira à reza cosmogônica em nome de Castela — e o mundo lhe lavou os joelhos por onde as três quartas partes do planeta se crearam nas águas sob os céus de um deus no Panamá: e às vezes sobre as águas, Godo, os rastros duram — e onde pisava sua bota — da pisada surgia a fonte dos oceanos — pois vou a Delphos pelo Panamá de Guatemala venho por Managua e por Tegucigalpa e Costa Rica e acrescentei, Apolo. um furo novo à flauta em que soprei essa canção a Antonieta Ovalle em La Antigua e os guerreiros pararam nas ruas de Caracas quando cheguei cantando o Cavaleiro e a liberdade e quando de joelhos no chão de Bogotá cantei o pranto fúnebre das serras da Colômbia o pranto por Camilo como cantam as serranas morenas de redondos peitos em Santa Cruz de La Sierra e na serra de São Gonçalo dos Mourões e nas colinas Lyda nas colinas Danai das serras de Atinaia aquela noite por teus amantes mortos Eleutheria entre as vinhas do mar e a cordilheira — caminhos dos Hyperbóreos — e assobiamos na praia, Clodomir, chamando o vento o vento de pescar a vingança e o amor — vento de assobio en surdina em Puerto Limón de Costa Rica, marinheiro do Aracati na esquina à lua de Aracaju: Eleu Eleu Eleu theria.


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