Mário Pederneiras


Eterna

Intérmino que fosse o Caminho da Vida E eterno o caminhar do nosso passo incerto, Fosse na estrada larga ou fosse no deserto, Sem lar, sem pão, sem paz, sem sol e sem guarida; Intérmina que fosse a estrada percorrida. Sob o Céu todo azul ou de nuvens coberto E, o repouso fatal nunca estivesse perto E a distância final nunca fosse vencida; E vencendo ao caminho as urzes e os escolhos, As lutas, o pavor, o cansaço do dia, A fraqueza do passo, a tristeza dos olhos; Meu pobre coração nessa eterna ansiedade, Nesse eterno sofrer, eterno arrastaria Esta triste, esta longa, esta eterna Saudade.


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