Marcelo Reis

Marcelo Reis - msreis@bsb.nutecnet.com.br

Entorpecer

Vida, se tu pudesses ser bebericada Em xícaras de fumaça, Lá estaria eu, entorpecido Pelas nuvens do mesmo líquido Eu poderia voar até o teu colo Até o teu beijo e até o teu olhar E penetrar no manto da noite Para te encarar verdadeiramente Vida, te quis face a face E para isso dancei uma valsa, Uma valsa com a Morte A doce, inofensiva e serena Morte Tão fácil de se apaixonar, apaixonou-se O que me restou foi levá-la para a cama Lavar-lhe o corpo, oferecer-lhe um pouco de meu amor E por fim molhar-lhe as pálpebras cansadas Agora, Vida, que sucumbi a Morte de paixão, Te quero imensa e fanaticamente Cubra-me todas as pequenas noites frias E me liberte nas grandes noites quentes Ao comando de teus arcanjos Estou submetido E de ti, tenho certeza, As cores todas se alimentam


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *