Marcelo Reis

Marcelo Reis - msreis@bsb.nutecnet.com.br

Poesia Ordinária

Eu queria estar bêbado Bêbado como naquelas noites no Galeria* Ah! Aquela música entorpecente! Tornava-me invulnerável aos beijos Como era bom se sentir inatingível Hoje tremo enquanto tomo a saideira Ajudo aos garçons a fechar as portas dos bares E ainda fica na boca o amargo delicioso da cerveja A tristeza se dissolve no meu fígado As correntes de ar se alteram E uma essência apossa-se de mim por um segundo O vento da madrugada, então, a leva Mesmo assim, o perfume insiste em minhas narinas Eu tenho a verdade em meus olhos Por isto não pûde viver uma mentira Escorregou dos meus braços Senti a inércia de teu olhar falso E ainda assim o quis E o meu sonho, menina? Meu sonho de te amar num gramado em meio a chuva Foste embora antes mesmo que caísse uma gota do céu Atento, persigo as grandes nuvens cinzas do meu horizonte

*Galeria é um bar com música ao vivo de Brasília

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *