Clique aqui para conhecer o maior site de Poesias da Internet !!!

 

 

 

 

Um esboço de Leonardo da Vinci

 

.
Marcello Rollemberg
mrollemberg@hotmail.com


 
 
Alguma notícia do escritor:
  1. Bio-biliografia
  2.  


Poesia:

  1. Diversos poemas

 

Ensaio & crítica:

  1. O Brasil bem brasileiro de Joyce Cavalcante
  2. Baladas de vida e morte: Tanussi Cardoso


Mais Marcello em:
http://igspot.ig.com.br/marcellorollemberg/
 

 

 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


 
 
Clique aqui para conhecer o maior site de Poesias da Internet !!!
.
Expediente

.


O responsável
Marcello Rollemberg

 

O Brasil bem brasileiro de Joyce Cavalccante

O cão chupando manga

de Joyce Cavalccante. 
Bertrand Brasil, 322 pág. R$ 32


Marcello Rollemberg
 

Fora do Nordeste, talvez a expressão não faça muito sentido. Mas da Bahia para cima, dizer que algo, alguém ou mesmo uma situação é “o cão chupando manga” não requer maiores traduções. A simples menção da sentença já significa que o assunto em si necessita de atenção. Trata-se de uma expressão superlativa. Um exemplo? Afirmar que fulano é “feio como o cão chupando manga” não quer dizer apenas que o pobre coitado foi esquecido pela Natureza — significa que ele é um horror, mesmo.

Zezito, o protagonista de “O cão chupando manga”, o novo romance de Joyce Cavalccante, é o próprio título do livro de tão feio que é. No entanto, o fato de estar a léguas de ser um Thiago Lacerda não atrapalhou em nada sua vida. Ele sempre conseguiu se dar bem, nos negócios e com as mulheres.

Mas não são as seduções de Zezito que dão o tom ao romance, e sim a obstinação do personagem em conseguir vencer em uma cidade como São Paulo, eterno ícone de sucesso para quem está fora dos limites da Paulicéia Desvairada. A história acompanha 14 anos da vida de Zezito na capital paulista, desde quando chega do Ceará em um ônibus caindo aos pedaços na Rodoviária da Luz, em 1971, até já ser um empresário de relativo sucesso, em 1985. Este não é, porém, apenas mais um romance a respeito de nordestinos que foram tentar a sorte no “Sul Maravilha”. As pretensões de Joyce Cavalccante são maiores. 

Ao tomar a história de Zezito como tema, a autora, na verdade, quer traçar um pano de fundo mais amplo, um painel policromático e polifônico que vai além do feioso que deu certo. Ela apresenta um retrato da sociedade brasileira nessa década e meia que compõem a trajetória de seu personagem. E consegue um bom resultado. No caminho que leva Zezito a deixar de ser lavador de pratos e garçom e se tornar um rico proprietário de restaurantes há uma série de armadilhas nas figuras de políticos ambiciosos e empresários inescrupulosos — exatamente como Zezito acabaria por se transformar em seu percurso rumo ao sucesso. Mas se o personagem incorpora as maneiras pouco éticas das pessoas que o rodeiam, ele encontra seu mais fiel reflexo justamente onde menos poderia esperar: em sua casa. É Cárola, a bela moça que cai na lábia de Zezito e se torna sua mulher, quem mostrará a ele o que é, de fato, “o cão chupando manga”.

Zezito e cia. são, na verdade, parte de um projeto ambicioso de Joyce Cavalccante, uma tetralogia intitulada “O coração dos outros não é terra que se pise”. Este é o segundo volume da série, iniciada com “Inimigas íntimas”, lançado há quatro anos e que teve uma boa repercussão. Tanto no primeiro quanto no segundo livro, por mais que as histórias sejam distintas, há alguns aspectos em comum: a dicção peculiar dos personagens, a trama desenvolvida de forma crescente, que vai enredando o leitor. Saber contar bem uma história não é tarefa das mais simples, e aí reside o mérito do bom autor.

MARCELLO ROLLEMBERG é jornalista e escritor

[O Globo, Prosa e Verso, 29.09.2001]


Voltar para o início desta página

 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


 
 
Clique aqui para conhecer o maior site de Poesias da Internet !!!
.
Expediente

.


O responsável
Marcello Rollemberg

           Marcello Rollemberg nasceu em Niterói, RJ, em 4 de outubro de 1961. É jornalista, escritor, tradutor e crítico literário. Trabalhou em O Globo, no Jornal do Brasil – onde ganhou o Prêmio Esso por equipe pela melhor reportagem de 1987 –, Veja, Isto É, Jornal da Tarde e Quatro Rodas, entre outras publicações.Atualmente é diretor de redação do Jornal da USP.
Marcello Rolemberg/2001        É autor de Ao Pé do Ouvido (poesia, 1981), Coração Guerrilheiro (poesia, 1983), Encontros Necessários (poemas em prosa, 1997) e Papel-Jornal (artigos de jornalismo cultural, 2000), além de ter organizado e traduzido quase uma dezena de obras. Integrou a Antologia da Nova Poesia Brasileira, organizada por Olga Savary e editada em 1993, e Brasil 2000 – Antologia da Poesia Contemporânea Brasileira, organizada por Álvaro Alves de Faria e publicada em Portugal em 2000. Colabora como crítico para a revista Cult e para os jornais O Globo, Valor Econômico e O Estado de S. Paulo. Morou na Inglaterra e Portugal e desde 1988 vive em São Paulo. [out/2001]



Voltar para o início desta página

 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


 
 
Clique aqui para conhecer o maior site de Poesias da Internet !!!
.
Expediente

.


O responsável
Marcello Rollemberg

Quinto andar, a janela abre-se para um dia que mal se esboçou.

Lá fora, há um céu de Magritte. A luz entra sorrateira, tomando cada dobra do quarto como silencioso invasor. A moça dorme os últimos instantes antes da partida. Os braços lentamente se estendem num balé surdo, tocando um instrumento improvável. A música é o sono que acaba. 

De repente, as paredes se tingem de tons de verde, 
como os olhos da moça que desperta. Um roçar de nuca nos lençóis, um travo de noite nos lábios e uma centena de horas a percorrer. O corpo inunda-se de sensações.

Sem palavras, seus gestos ainda são tímidos. Mas têm fome. De tudo. Ao colocar os pés no chão, está acordada e pronta.
(in Encontros Necessários, 1997)



 

Somos seres náuticos, de um mar oceano que há muito secou. A rosa-dos-ventos cravou o nosso caminho. A bússola marcou o teu Norte no meu e enlouqueceu o magneto. Cruzamos além da borda do mapa e não encontramos nenhum monstro marinho. Apenas nós mesmos.
 (in Encontros Necessários, 1997)



 
 
 

Após tanto tempo, talvez não tenhamos mais a simetria dos anjos, porém ganhamos a densidade dos seres.
Temos a geminiana cumplicidade que a tudo suporta e compreende. Podemos ter perdido nossas asas, mas ainda sabemos voar.
(in Encontros Necessários, 1997)
 
 
 
 



 

Duas horas da manhã. A casa submersa em relativo silêncio. Como um vigia atento, sei que ainda não estás aqui. Quem fez esta noite pastosa e úmida, tragando em seu ventre desejos e saudades?
A casa submersa em relativo silêncio, sons distantes, um choro, talvez um grito, muitos carros. A noite é um esperar de notícias, um jornal ainda não impresso, páginas em branco esperando pelas formas que são tuas. Da noite, ouvem-se uivos e gemidos, e um zumbido que ricocheteia pelas paredes como um tiro. A espera torna a noite ainda mais longa enquanto o sono teima em se esquivar.
A casa submersa em relativo silêncio, portas e bocas trancadas. O ladrão entrou e já se foi, carregando consigo uma parte de nós mesmos. Tudo segue vagarosamente como pena a ser cumprida. "O instante virá por acréscimo", dizes. E aguardo notícias, grávido de mim mesmo.
(in Encontros Necessários, 1997)



 

Somente existem os enigmas que inventamos. Quando te vejo cobrir com as mãos a tua intimidade, desfaço teu mistério.
Desnudo teus seios e tua pulsação altera-se no instante em que afasto teus cabelos e te beijo a nuca, enrubescendo tua face de camafeu. Esfinge faminta, te dou de comer com as mãos em concha, observando desapareceres lentamente para o fundo de um coração de vidro.
(in Encontros Necessários, 1997)



 

Há uma orquídea sobre o dorso claro da mulher. Verdes e vermelhos, os pigmentos se misturam à pele e exalam o perfume tatuado. Ao toque, a flor se abre e as costas -- imenso jardim -- se curvam e se revoltam, um tumulto de espasmos que distendem vértebras e músculos.
Há uma orquídea sobre o dorso claro da mulher. A flor plantada no lado direito do corpo, carregando o prenúncio da estação. Carne e flor fundidas no mesmo festim, carne e flor confundindo-se num mesmo sabor.
Há uma orquídea sobre o dorso claro da mulher. Seu desenho gravado para sempre.
(in Encontros Necessários, 1997)
 



 
 

Invento uma nova hora, tecendo no imponderável as fábulas que exorcizam teus medos, as tramas que apaziguam a alma de quem não pode dormir.  Murmuro palavras que só a ti pertencem, som de dedos úmidos sobre o vidro, sufocada interjeição noturna.
(in Encontros Necessários, 1997)
 



 
 
 

Murmuro no escuro palavras que não tenho coragem de pronunciar pela manhã. Acaricio tuas costas e deixo meus dedos escorregarem até os limites do teu corpo, fingindo desatenção enquanto memorizo tuas formas. Te deixo livre para agir, o tempo inerte nas paredes sem ponteiros.
(in Encontros Necessários, 1997)
 



 

Onde se esconde tua natureza de menina da noite, se percebendo no escuro, descobrindo nas reentrâncias do corpo a fonte adormecida?
Teu prazer é fugidio e buscas na carne o que permanece na alma, oscilando os quadris em espasmos que te levam além. Não há pecado quando te olhas no espelho e te achas bela, mulher em eterna formação, transcriação de tudo o que já foi dito. O pecado é uma invenção alheia e a nós tudo é permitido. Não há mal quando escovas teus cabelos, massageias com creme tua pele e te despes para dormir. Nem há mal quando me deito de costas, olhos fechados e ansiosos, esperando teu corpo eclipsar o meu.
(in Encontros Necessários, 1997)
 



 
 
 

Estendo as mãos, gesto instável que procura captar o astro que se desloca em atividade. Como um cometa, passas em curvatura, tangenciando meu corpo, brilhando e desaparecendo, deixando atrás de ti a poeira que guardo como etéreo troféu. A janela, porém, se mantém aberta, à espera de uma nova revolução dos céus que te traga de volta e junte pó e alma em um mesmo ser.
(inédito)



 
 

As pernas prolongam-se em direção ao oceano, elementos gêmeos que viajam paralelos e que se fundem no momento final. Abrem-se ângulos, redesenham-se catetos, torturam arestas. Na pele que se enruga esperando as águas, há o eterno gesto de se doar e de receber o que o planeta te oferece, vastos mundos em mutação.
(inédito)
 
 



 
 

As linhas traçadas não levam a nenhuma parte e a todas. Em teu labirinto, confundes e afagas aqueles que ousam cruzar teu umbral. Anjo tatuado, deixas de lado as asas e crias escamas, subjetivo ser aquático, que se movimenta em espasmos rumo ao abissal esconderijo onde preservas tua própria imagem.
(inédito)
 



 
 

Alongada, a serpente distende suas vértebras em direção à margem, esguia entidade que a tudo domina. Ser ancestral, inspirador de pecados, não tem mais o Paraíso como morada, nem as patas para a ação. Possui apenas a sensualidade dos movimentos rasteiros e a eternidade para se fazer perdoar.
(inédito)
 



 
 

O pássaro abre suas asas na areia, ser (re)desenhado no traço sutil. Diagrama, criatura rupestre, linhas entorpecidas pelo calor. A criação está pronta, ser alado, mas se recusa a voar. Planar para quê? O céu não é distância intangível, e sim inspiração. Com os olhos prontos, criamos nosso próprio céu. Voar, então, é apenas detalhe.
(inédito)



 

São Tomé das Letras

Tua cidade erguida em pedra guarda segredos que não são apenas teus. Duvidas de quê? Tens a totalidade do tempo, a rocha fria escalavrando caminhos, paisagens outras que te levam adiante. Duvidas de quê? Tuas palavras escritas em signos, mensagem eternamente encravada nas montanhas do teu olhar.
(inédito)


Voltar para o início desta página

 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


 
 
 
Clique aqui para conhecer o maior site de Poesias da Internet !!!
.
Expediente

.


O responsável
Marcello Rollemberg

           Baladas de vida e morte
 
 

Há mais de duas décadas lidando magistralmente com versos, o poeta Tanussi Cardoso é um curioso paradoxo dentro da literatura brasileira: dono de uma das mais belas e respeitadas vozes poéticas do país, publicado nos Estados Unidos, Uruguai, Argentina e Portugal, detentor de vários prêmios literários e uma unanimidade no Rio de Janeiro – cidade onde nasceu e sempre morou –, ele é quase um desconhecido para o grande público. Essa incoerência talvez possa ser explicada pelo fato de o poeta sempre ter preferido desfilar seus versos com sua fala mansa e pausada pelos inúmeros saraus literários cariocas – onde é sempre a principal atração – do que colocá-los em forma de livro. Encontros de poetas e escritores são uma constante no Rio, uma espécie de happenings que não se multiplicam por outras cidades brasileiras. Por essa razão talvez faça sentido que sua última coletânea de poemas – Beco sem Saída – tenha sido lançada há uma década. De 1991 para cá, contudo, Tanussi Cardoso leu muito, escreveu muito e acabou cedendo à tentação do livro. Com o lançamento recente pela Sete Letras de Viagem em Torno De, o poeta volta ao universo de papel e dá mais uma grande chance para que os leitores que não vão a saraus cariocas conheçam melhor a sua obra. Vale a pena.

Uma marca constante do trabalho de Tanussi é o seu lirismo à flor da pele, uma ternura que envolve as palavras e inocula paixão em cada verso que compõe, seja para falar de Humphrey Bogart – personagem de um de seus grandes sucessos em leituras no Rio – ou para tratar de assuntos mais áridos como a morte, um tema recorrente em Viagem em Torno De. O poeta, quem quer que seja ele, é um ser apaixonado por natureza. Tem de ser. E Tanussi Cardoso não camufla o sentimento, não maquia as tensões, não baixa os olhos. O resultado é um livro denso mas sutil, ao mesmo tempo forte e terno, como o próprio poeta. E eivado de esperanças mesmo diante do fim, apesar de, como escreveu certa vez Clarice Lispector. Uma prova disso é o poema “As Mortes”: 
“Quando o primeiro amor morreu/ eu disse: morri/ quando meu pai se foi/coração descontrolado/ eu disse: morri/ quando as irmãs mortas/ a tia morta/ eu disse: morri/ depois, a avó do Norte/ os amigos da sorte/ os primos perdidos/ o pequinês, o siamês/ morri, morri/ estou vivo/ a poesia pulsa/ a natureza explode/ o amor me beija na boca/ um Deus insiste que sim/ sei não/ acho que só vou/ morrer/ depois de mim”

Talvez esses versos sejam uma síntese, na verdade, de uma parcela significativa do trabalho atual de Tanussi, que desbundou nos anos 70, fez poesia marginal e que desde começo da década de 80 vem construindo um sólido castelo poético. Este é um trabalho de poeta que chega à maturidade, tem consciência plena de sua finitude – e de todos os que o cercam –, passeia de mãos dadas com o limite mas se recusa a colocar um ponto final, no que quer que seja. Nem nos versos, nem na vida. Colocá-lo para que? “Neste Viagem em Torno De, Tanussi Cardoso muda o tom. O que antes fora oswaldianamente irônico, vira elegíaco; o que era o circo da paixão, fica solene; reflexivo. É o poeta diante do nada. Frente ao semblante da morte e seu olhar inconfundível”, escreve o também poeta Salgado Maranhão na apresentação do volume.

Os poemas de Tanussi Cardoso, por mais que tratem de dores profundas, de perdas irreparáveis – todas as perdas são irreparáveis para um poeta –, não se travestem de catarse, de dor. 

Eles não gritam. Sussurram. Antes de vislumbrar o fim, os versos apontam novos caminhos, fazendo o poeta rever e discutir a própria vida. E Tanussi Cardoso, que não é um homem egoísta, convida o leitor para essa discussão e essa revisão vital. Esse processo de interiorização, de esgarçar a alma e de romper o casulo se torna claro na própria divisão de Viagem em Torno De. As três partes que compõem o volume – Livro dos Elos, Livro das Impressões e Livro do Acaso – retratam a peregrinação particular do poeta, uma viagem de visitação a morte, à vida e à poesia. Cada uma dessas subdivisões tem sua dicção própria, mas sempre acompanhadas por uma lírica visceral. E com uma insistente esperança no recomeçar do ciclo da vida. Como em “Carta Aberta aos Bruxos”, poema que abre o Livro das Impressões e que remete a um certo diálogo com os versos “não sou alegre nem sou triste/ Sou poeta”, de Cecília Meirelles, mas com um outro fervor, uma outra semântica:

“(...)Estou em paz amor/ Como os bruxos costumam estar/ se te disser que estou triste ou alegre/ será apenas detalhe de uma lâmina que corta/ será apenas o fio da faca/ que enfeita faces para ceifar/ :Palavras restando inúteis querendo sangrar/ Absolutamente te digo:/ não estou alegre nem triste – estou em paz/ Que é o outro lado do eclipse/ Que não vejo/ Mas que sutilmente, amor/ Posso tocar”

Esse “tocar” o lado oculto do eclipse parece ser, no final das contas, a grande missão de Tanussi Cardoso – espreitar o desconhecido, olhar nos olhos do indizível, tangenciar palavras e emoções e, depois de muita análise, mergulhar de cabeça em tudo “como um cego a flutuar no escuro”, com ele mesmo escreveu em “Das Configurações”. Para, ao voltar à tona, transformar a tudo em belos versos, em poesia vigorosa e atenta. Para fustigar os medos, para dissipar a névoa. Sempre com lirismo, sempre com amor. E uma enorme crença na retomada de caminhos. Por que o poeta, se é um homem que duvida, (in)coerentemente também é um homem que crê. “Deve haver poesia no dedo de Deus”, diz ele. E certamente há algum deus na poesia de Tanussi Cardoso.
 


Voltar para o início desta página